Ilustrações by Diego Morales

Diego Morales é um estudante de designer gráfico de Bauru, SP. Ilustrador também conhecido como Mediainvia.











Veja mais trabalhos do ilustrador: http://www.mediainvia.com/

Jorge Ben Jor - Bem-vinda Amizade


BEM VINDA AMIZADE
Jorge Ben Jor
1981
Som Livre

01 - O Dia Que o Sol Declarou o Seu Amor Pela Terra (Jorge Ben)
02 - Santa Clara Clareou (Jorge Ben)
03 - Oé Oé (Faz o Carro de Boi na Estrada) (Jorge Ben / Augusto de Agosto)
04
- Era Uma Vez Um Aposentado Marinheiro (Jorge Ben)

05 - Lorraine (Jorge Ben)
06 - Curumim Chama Cunhantã Que Eu Vou Contar (Todo Dia Era Dia de Índio) (Jorge Ben)
07 - Katarina Katarina (Jorge Ben)
08 - Ela Mora Em Matogrosso Fronteira Com o Paraguai (Jorge Ben)
09
- Para Que Digladiar (Jorge Ben)

10
- Luis Wagner Guitarreiro (Jorge Ben)


Ficha técnica: Produzido por Guto Graça Mello Jorge Ben Jor: voz e guitarra Roberto Darbgli: baixo Bomba Sjostedt: piano Pena: bateria Percussão: Neném, Bidu, Luiz Carlos, Joãozinho e Jorge Ben Jor Vocais: Jane Duboc, Robinson Jorge, Guilherme Lamounier e Soninha Bornier Lincoln Olivetti: Moog em "Era Uma Vez Um Aposentado Marinheiro" Chiquinho: acordeon em "Lorraine" Marcial Band e Wolney Aguiar: gaita de fole em "Luiz Wagner Guitarreiro"

Dia da Consciência Negra

Há pessoas com um grande talento e capacidade para descriminar e de encontrar argumentos que justifiquem sua escolha. Então, pensar a democracia a partir da condição dos negros é pensar nossa própria humanidade, eles são praticamente a metade da população brasileira.
Então vamos refletir sobre a sociedade como um todo, hoje é um dia que se comemora a resistência do negro à escravidão e à violência, que começou com o primeiro transporte forçado de africanos para o nosso país. O mundo é para todos!

pazeamor

O Jogo Mais Difícil do Mundo

Dizem que é o jogo mais difícil do mundo!!
Mais Jogos de Labirintos no Click Jogos

Há Momentos



Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

Tudo é o olhar...


Leia o texto abaixo e depois leia de baixo para cima. =)

"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."

Clarice Lispector

Moulin Rouge



"..espero que você não se importe, espero que você não se importe, por eu ter colocado em palavras, como a vida é maravilhosa agora que você está no mundo."

Easy Star All Stars - Easy Star's Lonely Hearts Dub Band


Já parodiaram o Radiohead com o Radio Dread e Pink Floyd com The Dub Side Of The Moon, agora é a vez dos Beatles com o Easy Star’s Lonely Hearts Dub Band!

Easy Star All Stars - Easy Star's Lonely Hearts Dub Band

Faixas:


  1. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (feat. Junior Jazz)
  2. With A Little Help From My Friends (feat. Luciano)
  3. Lucy In The Sky With Diamonds (feat. Frankie Paul)
  4. Getting Better (feat. The Mighty Diamonds)
  5. Fixing A Hole (feat. Max Romeo)
  6. She’s Leaving Home (feat. Kirsty Rock)
  7. Being For The Benefit Of Mr. Kite! (feat. Ranking Roger)
  8. Within You Without You (feat. Matisyahu)
  9. When I’m Sixty-Four (feat. Sugar Minott) [Extended Dub Mix]
  10. Lovely Rita (feat. Bunny Rugs)
  11. Good Morning Good Morning (feat. Steel Pulse)
  12. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise)
  13. A Day In The Life (feat. Michael Rose & Menny More)
DOWNLOAD

Fim das manchas roxas!

Experimente este remédio caseiro, ótimo para clarear manchas roxas causadas por batidas nos braços e nas pernas: misture meia xícara de suco de abacaxi com meia xícara de suco de mamão.Faça uma leve massagem sobre a mancha e aplique o suco em compressas de algodão, até que a mancha desapareça completamente.

=)
Venha Ver o Por do Sol - Lygia Fagundes Telles

Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam
rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No
meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas
crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude
da tarde.
Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão
azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinham um jeito jovial de estudante.
Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.
- Vejam que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que
idéia, Ricardo, que idéia! Tive que descer do taxi lá longe, jamais ele chegaria aqui em
cima.
Ele sorriu entre malicioso e ingênuo.
- Jamais, não é? Pensei que viesse vestida esportivamente e agora me aparece nessa
elegância me aparece nessa elegância...Quando você andava comigo, usava uns
sapatões de sete-léguas, lembra?
- Foi para falar sobre isso que você me fez subir até aqui?- perguntou ela, guardando
as luvas na bolsa. Tirou um cigarro.- Hem?!
- Ah, Raquel...- e ele tomou-a pelo braço rindo.
- Você está uma coisa de linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e
dourado...Juro que eu tinha que ver uma vez toda essa beleza, sentir esse perfume.
Então fiz mal?
- Podia Ter escolhido um outro lugar, não? Abrandara a voz E que é isso aí? Um
cemitério?
Ele voltou-se para o velho muro arruinado. Indicou com o olhar o portão de ferro,
carcomido pela ferrugem.
- Cemitério abandonado, meu anjo. Vivo e mortos, desertaram todos. Nem os
fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo acrescentou,
lançando um olhar às crianças rodando na sua ciranda. Ela tragou lentamente. Soprou
a fumaça na cara do companheiro. Sorriu. - Ricardo e suas idéias. E agora? Qual é o
programa?
Brandamente ele a tomou pela cintura.
- Conheço bem tudo isso, minha gente está enterrada aí. Vamos entrar um instante e
te mostrarei o pôr do sol mais lindo do mundo.
Perplexa, ela encarou-o um instante. E vergou a cabeça para trás numa risada.
- Ver o pôr do sol!...Ah, meu Deus...Fabuloso, fabuloso!...Me implora um último
encontro, me atormenta dias seguidos, me faz vir de longe para esta buraqueira, só
mais uma vez, só mais uma! E para quê? Para ver o pôr do sol num cemitério...
Ele riu também, afetando encabulamento como um menino pilhado em falta.
- Raquel minha querida, não faça assim comigo. Você sabe que eu gostaria era de te
levar ao meu apartamento, mas fiquei mais pobre ainda, como se isso fosse possível.
Moro agora numa pensão horrenda, a dona é uma Medusa que vive espiando pelo
buraco da fechadura...
- E você acha que eu iria?
- Não se zangue, sei que eu iria, você está sendo fidelíssima. Então pensei, se
pudéssemos conversar um instante numa rua afastada...- disse ele, aproximando-se
mais. Acariciou-lhe o braço com s pontas dos dedos. Ficou sério. E aos poucos,
inúmeras rugazinhas foram se formando em redor dos seus olhos ligeiramente
apertados. Os leques de rugas se aprofundaram numa expressão astuta. Não era
nesse instante tão jovem como aparentava. Mas logo sorriu e a rede de rugas
desapareceu sem deixar vestígio. Voltou-lhe novamente o ar inexperiente e meio
desatento Você fez bem em vir.
- Quer dizer que o programa... E não podíamos tomar alguma coisa num bar?
- Estou sem dinheiro, meu anjo, vê se entende.
- Mas eu pago.
- Com o dinheiro dele? Prefiro beber formicida. Escolhi este passeio porque é de graça
e muito decente, não pode haver passeio mais decente, não concorda comigo? Até
romântico.
Ela olhou em redor. Puxou o braço que ele apertava.
- Foi um risco enorme Ricardo. Ele é ciumentíssimo. Está farto de saber que tive meus
casos. Se nos pilha juntos, então sim, quero ver se alguma das suas fabulosas idéias
vai me consertar a vida.
- Mas me lembrei deste lugar justamente porque não quero que você se arrisque, meu
anjo. Não tem lugar mais discreto do que um cemitério abandonado, veja,
completamente abandonado prosseguiu ele, abrindo o portão. Os velhos gonzos
gemeram. Jamais seu amigo ou um amigo do seu amigo saberá que estivemos aqui.
- É um risco enorme, já disse . Não insista nessas brincadeiras, por favor. E se vem
um enterro? Não suporto enterros.
- Mas enterro de quem? Raquel, Raquel, quantas vezes preciso repetir a mesma
coisa?! Há séculos ninguém mais é enterrado aqui, acho que nem os ossos sobraram,
que bobagem. Vem comigo, pode me dar o braço, não tenha medo...
O mato rasteiro dominava tudo. E, não satisfeito de Ter-se alastrado furioso pelos
canteiros, subira pelas sepulturas, infiltrando-se ávido pelos rachões dos mármores,
invadira alamedas de pedregulhos esverdinhados, como se quisesse com a sua
violenta força de vida cobrir para sempre os últimos vestígios da morte. Foram
andando vagarosamente pela longa alameda banhada de sol. Os passos de ambos
ressoavam sonoros como uma estranha música feita do som das folhas secas
trituradas sobre os pedregulhos. Amuada mas obediente, ela se deixava conduzir como
uma criança. Às vezes mostrava certa curiosidade por uma ou outra sepultura com os
pálidos medalhões de retratos esmaltados.
- É imenso, hem? E tão miserável, nunca vi um cemitério mais miserável, é
deprimente exclamou ela atirando a ponta do cigarro na direção de um anjinho de
cabeça decepada.- Vamos embora, Ricardo, chega.
- Ah, Raquel, olha um pouco para esta tarde! Deprimente por quê? Não sei onde foi
que eu li, a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da tarde, está no
crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambigüidade. Estou lhe dando um crepúsculo
numa bandeja e você se queixa.
- Não gosto de cemitério, já disse. E ainda mais cemitério pobre.
Delicadamente ele beijou-lhe a mão.
- Você prometeu dar um fim de tarde a este seu escravo.
- É, mas fiz mal. Pode ser muito engraçado, mas não quero me arriscar mais.
- Ele é tão rico assim?
- Riquíssimo. Vai me levar agora numa viagem fabulosa até o Oriente. Já ouviu falar
no Oriente? Vamos até o Oriente, meu caro...
Ele apanhou um pedregulho e fechou-o na mão. A pequenina rede de rugas voltou a se
estender em redor dos seus olhos. A fisionomia, tão aberta e lisa, repentinamente
escureceu, envelhecida. Mas logo o sorrisso reapareceu e as rugazinhas sumiram.
- Eu também te levei um dia para passear de barco, lembra?
Recostando a cabeça no ombro do homem, ela retardou o passo.
- Sabe Ricardo, acho que você é mesmo tantã...Mas, apesar de tudo, tenho às vezes
saudade daquele tempo. Que ano aquele! Palavra que, quando penso, não entendo até
hoje como agüentei tanto, imagine um ano...
- É que você tinha lido A dama das Camélias, ficou assim toda frágil, toda sentimental.
E agora? Que romance você está lendo agora. Hem?
- Nenhum- respondeu ela, franzindo os lábios. Deteve-se para ler a inscrição de uma
laje despedaçada: - A minha querida esposa, eternas saudades- leu em voz baixa. Fez
um muxoxo.- Pois sim. Durou pouco essa eternidade.
Ele atirou o pedregulho num canteiro ressequido.
Mas é esse abandono na morte que faz o encanto disto. Não se encontra mais a menor
intervenção dos vivos, a estúpida intervenção dos vivos. Veja- disse, apontando uma
sepultura fendida, a erva daninha brotando insólita de dentro da fenda -, o musgo já
cobriu o nome na pedra. Por cima do musgo, ainda virão as raízes, depois as
folhas...Esta a morte perfeita, nem lembrança, nem saudade, nem o nome sequer.
Nem isso.
Ela aconchegou-se mais a ele. Bocejou.
- Está bem, mas agora vamos embora que já me diverti muito, faz tempo que não me
divirto tanto, só mesmo um cara como você podia me fazer divertir assim Deu-lhe
um rápido beijo na face.- Chega Ricardo, quero ir embora.
- Mais alguns passos...
- Mas este cemitério não acaba mais, já andamos quilômetros! Olhou para atrás.
Nunca andei tanto, Ricardo, vou ficar exausta.
- A boa vida te deixou preguiçosa. Que feio lamentou ele, impelindo-a para frente.
Dobrando esta alameda, fica o jazigo da minha gente, é de lá que se vê o pôr do sol.
E, tomando-a pela cintura: - Sabe, Raquel, andei muitas vezes por aqui de mãos dadas
com minha prima. Tínhamos então doze anos. Todos os domingos minha mãe vinha
trazer flores e arrumar nossa capelinha onde já estava enterrado meu pai. Eu e minha
priminha vínhamos com ela e ficávamos por aí, de mãos dadas, fazendo tantos planos.
Agora as duas estão mortas.
- Sua prima também?
- Também. Morreu quando completou quinze anos. Não era propriamente bonita, mas
tinha uns olhos...Eram assim verdes como os seus, parecidos com os seus.
Extraordinário, Raquel, extraordinário como vocês duas...Penso agora que toda a
beleza dela residia apenas nos olhos, assim meio oblíquos, como os seus.
- Vocês se amaram?
- Ela me amou. Foi a única criatura que...- Fez um gesto. Enfim não tem
importância.
Raquel tirou-lhe o cigarro, tragou e depois devolveu-o
- Eu gostei de você, Ricardo.
- E eu te amei. E te amo ainda. Percebe agora a diferença?
Um pássaro rompeu o cipreste e soltou um grito. Ela estremeceu.
- Esfriou, não? Vamos embora.
- Já chegamos, meu anjo. Aqui estão meus mortos.
Pararam diante de uma capelinha coberta de alto a baixo por uma trepadeira
selvagem, que a envolvia num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta rangeu
quando ele a abriu de par em par. A luz invadiu um cubículo de paredes enegrecidas,
cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um altar meio
desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira a cor do tempo. Dois vasos de
desbotada opalina ladeavam um tosco crucifixo de madeira. Entre os braços da cruz,
uma aranha tecera dois triângulos de teias já rompidas, pendendo como farrapos de
um manto que alguém colocara sobre os ombro do Cristo. Na parede lateral, à direita
da porta, uma portinhola de ferro dando acesso para uma escada de pedra, descendo
em caracol para a catacumba.
Ela entrou na ponta dos pés, evitando roçar mesmo de leve naqueles restos da
capelinha.
- Que triste é isto, Ricardo. Nunca mais você esteve aqui?
Ele tocou na face da imagem recoberta de poeira. Sorriu melancólico.
- Sei que você gostaria de encontrar tudo limpinho, flores nos vasos, velas, sinais da
minha dedicação, certo?
- Mas já disse que o que eu mais amo neste cemitério é precisamente esse abandono,
esta solidão. As pontes com o outro mundo foram cortadas e aqui a morte se isolou
total. Absoluta.
Ela adiantou-se e espiou através das enferrujadas barras de ferro da portinhola. Na
semi-obscuridade do subsolo, os gavetões se estendiam ao longo das quatro paredes
que formavam um estreito retângulo cinzento.
- E lá embaixo?
- Pois lá estão as gavetas. E, nas gavetas, minhas raízes. Pó, meu anjo, pó- murmurou
ele. Abriu a portinhola e desceu a escada. Aproximou-se de uma gaveta no centro da
parede, segurando firme na alça de bronze, como se fosse puxá-la. A cômoda de
pedra. Não é grandiosa?
Detendo-se no topo da escada, ela inclinou-se mais para ver melhor.
- Todas estas gavetas estão cheias?
- Cheias?...- Sorriu.- Só as que tem o retrato e a inscrição, está vendo? Nesta está o
retrato da minha mãe, aqui ficou minha mãe- prosseguiu ele, tocando com as pontas
dos dedos num medalhão esmaltado, embutido no centro da gaveta.
Ela cruzou os braços. Falou baixinho, um ligeiro tremor na voz.
- Vamos, Ricardo, vamos.
- Você está com medo?
- Claro que não estou é com frio. Suba e vamos embora, estou com frio!
Ele não respondeu. Adiantara-se até um dos gavetões na parede oposta e acendeu um
fósforo. Inclinou-se para o medalhão frouxamente iluminado:
- A priminha Maria Emília. Lembro-me até do dia em que tirou esse retrato. Foi umas
duas semanas antes de morrer... Prendeu os cabelos com uma fita azul e vejo se
exibir, estou bonita? Estou bonita?...- Falava agora consigo mesmo, doce e
gravemente.- Não, não é que fosse bonita, mas os olhos...Venha ver, Raquel, é
impressionante como tinha olhos iguais aos seus.
Ela desceu a escada, encolhendo-se para não esbarrar em nada.
- Que frio que faz aqui. E que escuro, não estou enxergando...
Acendendo outro fósforo, ele ofereceu-o à companheira.
- Pegue, dá para ver muito bem...- Afastou-se para o lado.- Repare nos olhos.
- Mas estão tão desbotados, mal se vê que é uma moça...- Antes da chama se apagar,
aproximou-a da inscrição feita na pedra. Leu em voz alta, lentamente.- Maria Emília,
nascida em vinte de maio de mil oitocentos e falecida...- Deixou cair o palito e ficou
um instante imóvel Mas esta não podia ser sua namorada, morreu há mais de cem
anos! Seu menti...
Um baque metálico decepou-lhe a palavra pelo meio. Olhou em redor. A peça estava
deserta. Voltou o olhar para a escada. No topo, Ricardo a observava por detrás da
portinhola fechada. Tinha seu sorriso meio inocente, meio malicioso.
- Isto nunca foi o jazigo da sua família, seu mentiroso? Brincadeira mais cretina!
exclamou ela, subindo rapidamente a escada. Não tem graça nenhuma, ouviu?
Ele esperou que ela chegasse quase a tocar o trinco da portinhola de ferro. Então deu
uma volta à chave, arrancou-a da fechadura e saltou para trás.
- Ricardo, abre isto imediatamente! Vamos, imediatamente! ordenou, torcendo o
trinco.- Detesto esse tipo de brincadeira, você sabe disso. Seu idiota! É no que dá
seguir a cabeça de um idiota desses. Brincadeira mais estúpida!
- Uma réstia de sol vai entrar pela frincha da porta, tem uma frincha na porta. Depois,
vai se afastando devagarinho, bem devagarinho. Você terá o pôr do sol mais belo do
mundo.
Ela sacudia a portinhola.
- Ricardo, chega, já disse! Chega! Abre imediatamente, imediatamente!- Sacudiu a
portinhola com mais força ainda, agarrou-se a ela, dependurando-se por entre as
grades. Ficou ofegante, os olhos cheios de lágrimas. Ensaiou um sorriso.- Ouça, meu
bem, foi engraçadíssimo, mas agora preciso ir mesmo, vamos, abra...
Ele já não sorria. Estava sério, os olhos diminuídos. Em redor deles, reapareceram as
rugazinhas abertas em leque.
- Boa noite, Raquel.
- Chega, Ricardo! Você vai me pagar!...- gritou ela, estendendo os braços por entre as
grades, tentando agarrá-lo.- Cretino! Me dá a chave desta porcaria, vamos!- exigiu,
examinando a fechadura nova em folha. Examinou em seguida as grades cobertas por
uma crosta de ferrugem. Imobilizou-se. Foi erguendo o olhar até a chave que ele
balançava pela argola, como um pêndulo. Encarou-o, apertando contra a grade a face
sem cor. Esbugalhou os olhos num espasmo e amoleceu o corpo. Foi escorregando.
- Não, não...
Voltado ainda para ela, ele chegara até a porta e abriu os braços. Foi puxando as duas
folhas escancaradas.
- Boa noite, meu anjo.
Os lábios dela se pregavam um ao outro, como se entre eles houvesse cola. Os olhos
rodavam pesadamente numa expressão embrutecida.
- Não...
Guardando a chave no bolso, ele retomou o caminho percorrido. No breve silêncio, o
som dos pedregulhos se entrechocando úmidos sob seus sapatos. E, de repente, o
grito medonho, inumano:
- Não!
Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos
de um animal sendo estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais remotos,
abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o portão do
cemitério, ele lançou ao poente um olhar mortiço. Ficou atento. Nenhum ouvido
humano escutaria agora qualquer chamado. Acendeu um cigarro e foi descendo a
ladeira. Crianças ao longe brincavam de roda.

Fotografia

vale a pena passar um pano nesse site e ver as fotografias desse cara, que se pa canta tbm.. auehauiehae >
http://www.markseliger.com/ , eu curti... =)
Postarei todos os brincos aqui...
http://www.flickr.com/photos/vicm

bjs
Carambaa, muito tempo sem escreveeer!
Produçaa dos brincos antes as férias tava boa.. saindo bastantee!
Fui viajar dia 10 e cheguei dia 2! Demais demais mesmoo, vi meu PAAAI depois de 8 anooos!!
Super.
Mas então.. próxima segunda.. começa a rotina!
=***

Primeiro chaveiro

Chaveiro de pimentinhas que eu fiz, chega ser até um amuleto da soorte :D
Resolução da imagem ruim, tirei do cel.

Roupas

Acordei hoje bem motivada a muitas coisas, exemplo, costurar!
Já tirei revistas de moldes que tinha aqui, fiz minha mãe abrir a máquina de costura e me ensinar alguma coisa, de começo!
Ainda maais agora que tenho um cara que estampa do meu lado, AHEUIHA
É, as camisetas do Luther ficaram lindas, 3 já são minhas!
To com varias ideias, depois de postar os brincos, posto minha primeira roupa, =)!

x*

Quando vc está ♥

"Sobre mim está
Felicidade imensa, paz, alegria, bem-estar,
Tudo que eu desejo todos os dias antes de você chegar.
Onde as coisas estavam incompletas
Onde os dias não eram mais os mesmos
Onde as noites eram mais frias
Onde os pensamentos só traziam nostalgia.

Agora não, tudo se aqueceu
Seu amor me acolheu
Não tenho mais frio, só tenho seu calor
Sua energia ligada a minha, com os fios de extensão de amizade
De compreensão, de carinho, de companheirismo
De Estima, tranquilidade e paixão.

Não quero saber de mais nada,
Esquecer os problemas por um minuto que seja
Mas que eu esteja do seu lado
Sem me preocupar com o amanhã
Ou até com o passado
Que seja lá o que ele traga, é comigo que você está
Eu te amo, e nada no momento mudará."


por EU rs

Brincos

.

Voltei a fazer brincooos!
Já to com varias encomendas =)
Depois posto eles aqui!
beijos

.

Colagem







Vim postar aqui a minha primeira "street art", uaheuiahsuiaheas, uma colagem que fiz, e o grafite é do Luther. A resolução da imagem ta ruim, mas ta valendo!

=*
MEU DEUS, VIM SALVAR MEU BLOG QUE HAVIA ESQUECIDO, COMO PUDE ESQUECER?!

AQUI ESTOU DE VOLTA!